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Comprar um disco de vinil por 25 dólares (24 euros) não é apenas sobre a música. Ao fazer uma compra, os fãs apoiam uma rede de lojas independentes, distribuidores, fabricantes, editoras e artistas.

Já se perguntou exatamente como o seu dinheiro é dividido entre todos? Um dono de loja de discos independente explica tudo.

A Distribuição do Custo dos Discos de Vinil
De acordo com Terry Cole, da Colemine Records em Toledo, Ohio, comprar um disco físico continua a ser uma das melhores formas de os fãs mostrarem apreço pela música.

Cole recentemente analisou o custo do vinil de Kelly Finnigan num vídeo no Instagram, comprovando a sua afirmação. Afinal, quando compra um disco por 25 dólares numa loja de discos, o seu dinheiro é distribuído entre vários intervenientes:

  • A loja fica com 8,49 dólares, mas entre 1,50 e 2 dólares vão para taxas de cartão de crédito e envio, reduzindo o lucro.
  • O distribuidor recebe 3,10 dólares, também com reduções devido a taxas.
  • Os custos de fabrico são cerca de 6,30 dólares.
  • Os 6,37 dólares restantes são divididos igualmente entre a editora e o artista, ficando cada um com 3,19 dólares.
É evidente que as lojas de discos independentes continuam a desempenhar um papel crucial no ecossistema musical.
Segundo Cole, comprar um disco físico tem um impacto financeiro muito maior do que o streaming: "Teria de ouvir Kelly Finnigan em streaming no Spotify durante quatro dias e meio seguidos para gerar o mesmo impacto financeiro que comprar um único disco físico", explicou.

Vinil vs. Streaming: Apoiar os Artistas
Os serviços de streaming, como o Spotify, oferecem conveniência, mas geram pouco rendimento para os artistas. No Spotify, são necessários cerca de 300 streams para gerar 1 dólar, ou mais de 300.000 streams para fazer 1.000 dólares. O vinil oferece uma forma mais direta de apoiar os músicos, evitando os baixos pagamentos de royalties e os algoritmos das plataformas.

Os compradores de vinil apreciam mais do que apenas a música. A posse física, edições limitadas e embalagens nostálgicas são fatores-chave. Os artistas também ganham margens melhores com as vendas de vinil, embora os altos custos de produção limitem os músicos independentes. É por isso que apenas 12,8% dos artistas lançam o seu trabalho em vinil.

Contexto Económico: Preços e Comportamento dos Consumidores
Os preços dos vinis aumentaram 25,5% entre 2017 e 2023, ultrapassando a inflação geral. Embora os problemas da cadeia de abastecimento da pandemia tenham melhorado, os custos continuam elevados devido às embalagens premium e edições especiais, como vinis coloridos. Os compradores mais jovens agora compram menos discos por visita devido a orçamentos mais apertados.

Michael Kurtz, cofundador do Record Store Day, observou que esses consumidores "costumavam comprar dois ou três discos; agora compram um ou dois".

Títulos clássicos acessíveis, como Thriller, de Michael Jackson, ou Rumours, dos Fleetwood Mac, são frequentemente mais baratos do que os lançamentos novos, ajudando a compensar os aumentos de preço.
Enquanto um vinil de Thriller pode custar menos de 25 dólares, o vinil de F-1 Trillion, de Post Malone, com 18 faixas, custa 46 dólares na sua loja online.

Já o muito aguardado The Tortured Poets Department: The Anthology, de Taylor Swift, com 35 faixas e lançado a 29 de novembro, custa 59,99 dólares. Apesar destes desafios, o ressurgimento do vinil não dá sinais de abrandar.

As vendas deverão gerar 5,2 mil milhões de dólares para os artistas em 2024 — o valor mais alto em mais de três décadas.

Para os fãs de música que querem apoiar diretamente os artistas, o vinil continua a ser uma escolha poderosa.