As cassetes Stereo8 ou "cartuchos" como eram conhecidos em Portugal

Talvez a maior parte de vós não conheça este formato áudio, mas foi bastante popular nos anos 60 e 70, particularmnete entre aqueles que possuiam carro!

O Stereo8 é um padrão de gravação de áudio em fita magnética, contido em cassetes especiais. Foi utilizado nas décadas de sessenta e setenta do século XX, inicialmente apenas pela indústria discográfica para a comercialização de música. Para o público comum, só depois de alguns anos é que ficaram disponíveis no mercado, além de leitores Stereo8, também gravadores Stereo8. A particularidade da fita Stereo8 era o rolo único, com a possibilidade de ser reproduzida continuamente.

Em Portugal, o Stereo8 começou a difundir-se a partir do final dos anos sessenta, sobretudo nos automóveis com autorádios equipados com leitores “Sonar”. O Stereo8 teve uma difusão considerável durante a primeira metade dos anos setenta, mas, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, na Europa sofreu desde o início a forte concorrência da cassete (significativamente mais pequena e prática, disponível comercialmente desde 1965), e começou a perder rapidamente mercado a partir de meados dos anos 70. O formato Stereo8 foi definitivamente abandonado em 1983.

Esta 8-track (este é o seu nome original) era conveniente para levar no carro, para a praia ou para festas com amigos; não era necessário um gravador caríssimo, nem qualquer outro cuidado como a velocidade de reprodução ou a disposição das faixas, etc. Por isso, era uma excelente solução para levar música de alta qualidade para qualquer lugar; um grande avanço na tecnologia da época, quando em Portugal, os portugueses nunca tinham ouvido música em estéreo no carro ou em casa, uma vez que apenas conseguiam ouvir rádio em ondas médias, curtas e longas, que eram todas monofónicas. Durante os anos 70, quase todas as edições em vinil e cassete também tinham a sua versão correspondente em Stereo8.

Entre as editoras discográficas que produziram edições neste formato, podemos destacar a RCA Italiana (também com a série RCA Lineatre), a Dischi Ricordi – Orizzonte, a CGD e a CBS.

 

Lembro-me perfeitamente deste "cartuchos", o meu vizinho vendia-os na feira. Tinha um atrelado preso à parte de trás de uma mota onde transportava os cartuchos e cassetes em finais dos anos 70 e início dos 80. Era o sr. Romeu. As primeiras cassetes que eu ouvi tinham-lhe sido compradas. Também tenho presente de os ver sobretudo nos automóveis. O surpreendente neste formato é que tinha apenas uma bobine (rolo único) que rodava continuamente.